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sábado, 30 de novembro de 2013


AFP
CigarroSe o dispositivo for votado no Parlamento europeu, o "e-cig" só poderá ser vendido na União Europeia em farmácias, lojas especializadas e pela internet
Paris - Milhões de europeus e americanos já provaram e muitos conseguiram abandonar o tabacograças a ele. O cigarro eletrônico gera interesse e controvérsia, enquanto Bruxelas e Washington se preparam para regulamentá-lo de forma mais estrita.
Os usuários deste aparelho eletrônico sem tabaco, com tamanho de um charuto ou de um cigarro e que produz na boca um vapor aromatizado que contém nicotina, se mobilizam diante de uma regulamentação que o assimilaria a um "produto farmacêutico".
Se este dispositivo for votado no Parlamento europeu, o "e-cig" só poderá ser vendido na União Europeia em farmácias, lojas especializadas e pela internet.
Nos Estados Unidos, onde o dispositivo está na moda, a poderosa agência federal Food and DrugAdministration (FDA), que regulamenta alimentos e medicamentos no país, se dispõe a anunciar uma norma este mês que assemelharia o "e-cig" a um produto com tabaco.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) emitiu um sinal de alerta no começo de setembro ao publicar um estudo que evidenciou o aumento do uso do cigarro eletrônico entre os jovens, particularmente entre aqueles não fumantes, temendo que se torne uma ponte para o cigarro verdadeiro.
"O aumento do uso do cigarro eletrônico é inquietante", disse Tom Frieden, diretor do CDC, porque a nicotina "é uma droga que causa forte dependência". No entanto, para dois especialistas britânicos em dependência e militantes antitabaco, o professor Gerry Stimson (Imperial College) e o ex-diretor da associação antitabaco ASH Clive Bates, o "e-cig" é "uma solução, não um problema".
Eles criticaram em um relatório o desejo da Comissão Europeia de querer regulamentá-lo como se fosse um medicamento, o que tornaria o "e-cig" em "algo mais difícil de comprar do que um maço de cigarros". "O cigarro eletrônico é uma alternativa pouco arriscada ao cigarro", afirmam especialistas.
"Muitos usuários, com frequência fortes tabagistas, relatam sua passagem ao cigarro eletrônico como uma experiência que os transformou. São muitos os que reduzem o consumo e estão a caminho de abandoná-lo por completo", afirmaram. 
Um médico americano especialista em tabaco, Joel Nitzkin, deu uma opinião similar. "Não duvido nem por um segundo que o cigarro eletrônico salva a vida dos fumantes que o adotam", afirma. E considera como "má e equivocada" a ideia europeia de torná-lo um produto farmacêutico.
O pneumologista e militante antitabaco francês Bertrand Dautzenberg tem uma opinião um pouco mais equilibrada. Embora defenda uma maior regulamentação do cigarro eletrônico, que "não pode ficar como objeto de consumo normal", considera contraproducente "uma regulamentação que tornaria mais disponível o cigarro comum que os 'e-cigs'".
Mas a Comissão Europeia insiste: "os cigarros eletrônicos devem manter seu papel inicial de ajudar os fumantes a parar de fumar. Daí a nossa proposta de classificá-lo como um produto farmacêutico", explica um porta-voz em Bruxelas.
Muito ativo na internet, os "vapeadores" - neologismo que se atribui ao fumante que exala vapor de nicotina e que, embora não esteja nos dicionários, muitos adeptos o usem na rede - convocam um protesto contra o projeto, que será submetido à votação em 8 de outubro no Parlamento Europeu, no âmbito de uma comissão antitabaco.
Várias associações de usuários convocaram, ainda, manifestações em 7 de outubro em Estrasburgo. Os usuários alemães entregaram uma petição com 27.500 assinaturas para defender o uso "livre e responsável" dos "e-cigs", e na França 37.000 assinaturas já foram coletadas.
Brice Lepoutre, que lidera a associação francesa, adverte: "estima-se em sete milhões o número de 'vapeadores' na União Europeia. Sete milhões que pararam de fumar e corre-se o risco de que voltem a fazê-lo".


Cigarro eletrônico pode salvar milhões de vidas

Londres - O cigarro eletrônico pode salvar a vida de milhões de fumantes, indicaram nesta terça-feira os participantes de uma conferência sobre a rápida expansão deste dispositivo, da qual participaram especialistas, políticos e empresários.
No entanto, outros participantes destacaram que, por enquanto, não há informações sobre os efeitos nocivos do dispositivo, particularmente a longo prazo.
O cigarro eletrônico tem perdido a aura de artigo sofisticado e está ganhando adeptos como uma forma relativamente eficaz de parar de fumar, com o apoio de um número crescente de estudos favoráveis.
As vendas dobraram e estima-se que sete milhões de pessoas fumem cigarros eletrônicos.
"Os cigarros matam 5,4 milhões de pessoas por ano no mundo", avaliou Robert West, professor de saúdemental e diretor de estudos sobre o tabaco na Escola Universitária de Londres (UCL).
Segundo ele, o uso de cigarros eletrônicos pode salvar milhões de vidas, mas seria preciso saber "se é possível alcançar esse objetivo e como atingi-lo da melhor forma" possível.
Jacques Le Houezec, consultor em saúde pública e dependência do tabaco, afirmou aos presentes que os cigarros eletrônicos contêm algumas substâncias nocivas, mas seus níveis de toxicidade são de 9 a 450 vezes inferiores aos dos cigarros de tabaco.
Já Deborah Arnott, diretora executiva do grupo de pressão antitabaco ASH, considerou que os cigarros eletrônicos podem permitir avanços no campo da saúde pública, mas advertiu que ainda não há informações suficientes acerca dos seus efeitos, reforçando que a indústria do tabaco está começando a controlar a fabricação de cigarros eletrônicos.
"Muitas das maiores companhias de cigarros eletrônicos já foram absorvidas", acrescentou.
"A ASH acredita que os cigarros eletrônicos têm um potencial significativo. São muito menos prejudiciais que o tabaco", afirmou Arnott à AFP. No entanto, "sem regulamentação, sua segurança e eficácia não estão garantidas".
Além disso, segundo Arnott, "se chegam a ter agentes cancerígenos, não veremos seus efeitos imediatamente, mas 10, 15 ou 20 anos depois as pessoas vão morrer disso", acrescentou.
As autoridades sanitárias dos países ocidentais afirmam que ainda é prematuro para avaliar os impactos a médio e longo prazo de um fenômeno recente como o do cigarro eletrônico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sustenta que a segurança dos cigarros eletrônicos não foi verificada cientificamente.
Mas os relatórios científicos e médicos destacam cada vez mais que sua periculosidade é muito inferior à dos cigarros verdadeiros.
A OMS adverte que "também não foi provada cientificamente" a eficiência dos sistemas eletrônicos de administração de nicotina para parar de fumar.
Um estudo neozelandês publicado em setembro pela respeitada revista científica The Lancet sustentou que o novo dispositivo é "pelo menos igual em eficácia aos adesivos de nicotina" para ajudar um fumante a abandonar o vício.
A principal crítica ao cigarro eletrônico é que, embora possa ajudar a abandonar o tabaco, também pode incentivar o fumo em muitos jovens que nunca o fizeram, criando dependência em nicotina e, por fim, levando-os ao tabagismo.