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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

“e-cigarette”

28/09/2013
 às 8:00 \ Tema Livre

Até o fim do ano, 200 milhões de pessoas estarão consumindo cigarros eletrônicos. É uma grave ameaça à saúde — ou uma forma de deixar de fumar? A polêmica ainda não se encerrou

Cigarro-eletrônico
O cigarro eletrônico: com formato cilíndrico, diferentes cores e estilos e tamanho bem parecido ao de um cigarro convencional, foi inventado nos anos 60 mas passou a ser fabricado em massa na China em 2003. Tem metade de seu comprimento (a parte da frente) ocupado por uma bateria de lítio, cuja carga dura entre um e três dias. O líquido que a bateria vaporiza vem em refils e em geral contém nicotina (Foto: Thinkstock)
É um fenômeno em expansão, está pegando de surpresa uma série de países que não possuem legislação a respeito e, sobretudo, paira como ameaça sobre meio século de bons resultados no combate aos males do fumo mundo afora: são os cigarros eletrônicos, ou e-cigarettes, cujo consumo cresce em espantosa progressão geométrica.
Os e-cigarretes (vejam a explicação de como funcionam na legenda da foto acima) devem atingir espantosos 2oo milhões de consumidores até o final do ano, no mundo inteiro.
Nos Estados Unidos, o banco de investimentos Goldman Sachs estima que no final deste ano a indústria dos e-cigarettes já movimente quase 2 bilhões de dólares, cifra 140% superior à gerada no ano anterior e e seis vezes maior do que a de 2011.
A coisa vai a jato. Um levantamento feito há um ano pela entidade que reúne comerciantes americanos de várias marcas, a Tobacco Vapor Electronic Cigarette Association, apontava um salto de vendas: de apenas 50 mil unidades em 2008 – que nos EUA podem ser adquiridas por a partir de 21 dólares – passaram a 3,5 milhões quatro anos depois.
No Velho Continente, onde apenas Dinamarca e Noruega estipularam medidas restritivas mais imediatas e claras, uma pesquisa do instituto Doxa mostrou que já há meio milhão de italianos consumidores habituais da novidade, total que chega a 2 milhões se forem contados os usuários ocasionais. Na França, estudos encomendados pelo governo já indicam meio milhão de usuários frequentes.
ilustra-cigarro-eletronico
Previsões da consultoria Euromonitor atribuem gastos meio bilhão de euros (1,55 bilhão de reais) dos adeptos europeus do vaping – até um novo verbo em inglês já foi cunhado para a prática, significando algo como “vaporear”.
Os números na China são espantosos – várias dezenas de milhões de consumidores fixos ou eventuais –, mas o governo comunista não divulga estatísticas.
A União Europeia se preocupa bastante com o assunto a ponto de examinar a adoção de medidas como só permitir a venda livre dos refis de e-cigarros que contenham apenas um miligrama de nicotina — superado este limite, a oferta estaria restrita a farmácias. Esta providência quanto às farmácia já foi adotada pelo Reino Unido e entra em vigor em 2016.
No Brasil, ainda que possam com facilidade ser encontrados de forma ilegal, os e-cigarettes foram vetados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já em agosto de 2009. A agência deu ouvidos à Organização Mundial da Saúde (OMS) que, no final do ano anterior, desaconselhara o produto, diante da ausência de estudos conclusivos sobre os resultados de seu consumo a longo prazo (posição que ainda mantém).
Mais do que isso, a Anvisa se alinhou à Foods & Drugs Administration americana (FDA), que alertara sobre a presença de substâncias cancerígenas e da “droga psicoativa nicotina” em muitos dos líquidos comercializados para os cigarros eletrônicos — mesmo nos supostamente desprovidos de tabaco.
O Estado brasileiro, assim, em vez de simplesmente sugerir a proibição do consumo em lugares fechados, como ocorre com cigarros, charutos e similares, resolveu tutelar os cidadãos, avançando, como de hábito, sobre as liberdades individuais.
Manifestação em Paris em favor da “liberdade de vapear”: um dos problemas dos e-cigarros é que praticamente não existem campanhas de alerta quanto a seus riscos (Foto: demotix.com)
A postura da FDA decorre do fato de que nos próprios EUA – simultaneamente notório feudo antifumo e colossal mercado tabagista – e em vários países da Europa a novidade não é proibida por lei e vem se popularizando mais a cada ano, a despeito dos constantes alertas de entidades médicas.
Estamos diante de uma economia em enorme expansão, e talvez proporcional à polêmica sobre os cigarros eletrônicos.
Os argumentos contra são inúmeros e abrangem diversos critérios. Os mais urgentes, evidentemente, se referem à saúde dos usuários.
Ainda anteontem, terça-feira, a rede de TV norte-americana ABC comentava um estudo feito por especialistas de diferentes universidades sobre a segurança de consumir e-cigarros de duas das marcas mais vendidas nos EUA concluiu que eles continham traços de substâncias altamente danosas ao organismo humano, inclusive um composto químico utilizado em anticongelantes para radiadores de automóveis.
O grosso das críticas e dos temores vem do fato de que a esmagadora maioria dos refis de e-cigarros contém, em sua mistura líquida, a velha e maléfica nicotina. Já na época da oficialização da proibição no Brasil, a então presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a médica Jussara Fiterman, alertara: “O indivíduo acha que está parando de fumar, mas ele não está porque existem a nicotina e outras substâncias cancerígenas”.
É por isso que o dr. Esteve Fernández, chefe da unidade de tabagismo do Instituto Catalão de Oncologia, em Barcelona, lamenta que os e-cigarettes estejam “fora de quaisquer controles sanitários”, e defende a tese de que apenas após a comprovação de sua suposta eficácia na diminuição do consumo do tabaco – algo que ainda não ocorreu – seu uso e venda deveriam ser regulamentados. Caso contrário, que sejam proibidos nos mesmos locais onde não se permite fumar.
O professor de direito na Universidade George Washington e ativista antitabagista John Banzhaf, por sua vez, disse ao jornal americano USA Today que os e-cigarettes “podem atrair ao tabagismo jovens que, em principio, não fumariam”.
Banzhaf se referia a pesquisa publicada pela Universidade de Minnesota, cuja conclusão foi de que jovens adultos viam a opção do fumo eletrônico como algo positivo. Metade dos entrevistados afirmou que experimentaria a alternativa, incentivada sobretudo pelos muitos sabores disponíveis na praça.
Publicidade de uma das marcas de e-cigarro nos EUA, a South Beach: insistência de que “vapear” é bacana e sexy

Por essa razão é que a Associação Nacional dos Procuradores-Gerais dos Estados dos EUA pediu “com urgência” à FDA a normatização do consumo dos cigarros eletrônicos, por considerar que seu uso vem sendo incentivado junto a adolescentes “com personagens de desenhos animados, anúncios na televisão e sabores como o de chicletes”.
Não ajuda o fato de nos EUA e no Reino Unido não haver restrições contundentes à publicidade das marcas de cigarros eletrônicos, ao contrário do que acontece com as dos cigarros propriamente ditos. Em âmbito global, esta retomada de uma imagem “bacana” e em muitos casos sexy do ato de fumar ameaça colocar em cheque conquistas duramente obtidas com campanhas antifumo.
A questão comportamental é parte da discussão. A explosão dos cigarros eletrônicos “acontece justo quando, por fim, conseguíamos reduzir significantemente o número de fumantes e, acima de tudo, quando já se conseguira que a imagem de alguém segurando um cigarro, inalando e exalando fumaça deixasse de ser algo normal”, critica Joan Lozano, membro da comissão técnica da Rede de Atenção Primária Sem Fumo de Barcelona, em depoimento ao jornal El Periódico.
Na mesma reportagem, outra autoridade sanitária espanhola ressaltava que esta imagem menos ofensiva e glamorizada dos cigarros eletrônicos pode contribuir para atingir em cheio um público-alvo particular: ex-fumantes hesitantes, adolescentes curiosos e até mulheres grávidas tabagistas que, de contrário, se esforçariam mais para deixar o vício durante a gestação.
Especialistas lembram também que até o momento não está provado claramente que alguém possa parar totalmente de fumar com o novo hábito, embora existam indícios de que podem ajudar a diminuir o número de cigarros consumidos (leiam nesta matéria de VEJA). A prestigiosa revista médica semanal britânica The Lancet entrou na polêmica com um artigo defendendo esta tese.
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A atriz Katherine Heig fumou cigarro eletrônico e o defendeu em entrevista no programa de David Letterman em 2010 (Foto: reprodução)
No e-cigarro, a energia da bateria de lítio aciona o aquecedor próximo à boquilha, que transforma na fumaça a ser inalada o conteúdo líquido de um refil. Na ponta, uma luz LED serve tanto para simular o acendimento de uma brasa normal quanto avisar sobre o estado da bateria.
Justamente por conter este recipiente apto a diferentes tipos de conteúdos – cada unidade equivalente a mais ou menos a 12 cigarros -, o e-cigarette é celebrado por seus defensores, entre os quais se incluem celebridades como o Rolling Stone Ron Wood, a top model Kate Moss e a atriz Katherine Heigl, como uma alternativa para consumir menos nicotina, ou até mesmo parar de fumar.
A viciante nicotina, porém, quase invariavelmente marca presença. Junto com água e com os compostos orgânicos propilenglicol e glicerol, a droga se “disfarça” em meio a sabores que podem ir de baunilha a tutti-frutti, passando por uísque, café, framboesa, banana e até diferentes peixes. Ainda assim, entusiastas alegam que a quantidade da famosa substância ingerida em cada “trago eletrônico” é cerca de dez vezes menos do que a consumida em um trago “clássico”, que oscila entre 1 e 2 miligramas.
Pegando carona nestes números, novas empresas exploram um suculento novo nicho empresarial. É o caso da italiana News Smoke, que possui 26 filiais nacionais e seis na Espanha, e cujo slogan é “Mais saudável em qualquer lugar”.
Ou seja, a marca faz alarde sobre o fato de seus produtos serem supostamente menos nocivos à saúde e por seus usuários terem a chance de voltar a desfrutá-los em lugares onde os tabagistas não são mais aceitos – na Itália é proibido fumar em locais públicos fechados desde 2005, na França desde 2008 e na Espanha desde 2010. Os e-cigarros, por produzirem vapor sem cheiro, não constituiriam problema.
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Campanha publicitária da marca italiana News Smoke: todo mundo saudável, de dentes brancos, sem queimaduras, menos pobre e podendo fumar em bares (Foto: News Smoke)
Entre as outras vantagens incluídas no lobby favorável aos cigarros eletrônicos estão também algumas futilidades espantosas quando comparadas a eventuais riscos à saúde, como a manutenção da brancura dos dentes, a abolição do uso dos cinzeiros, o fim das queimaduras causadas pela queda de brasas, o fim do odor impregnado nas roupas e economia de dinheiro — um fumante médio que passe a consumir a novidade baixaria seus gastos anuais de 1.000 para 600 dólares.
A postura em favor de tais argumentos, sobretudo o de que vapear pode ajudar a largar o cigarro, porém, está longe de ser unânime, ainda mais porque está estatisticamente comprovado em vários países que muitos dos usuários dos e-cigarros continuam fumando TAMBÉM os cigarros de sempre.
Além disso, o propilenglicol, tipo de álcool presente nos líquidos utilizados nos refis, é  considerado tóxico se consumido com grande frequência. Outras pesquisas apontaram que o simples inalar da fumaça dos e-cigarettes pode não danificar o coração, mas prejudica os pulmões.
Os e-cigarros, por tudo isso, estão na berlinda. E sua sorte futura vai depender da postura que adotarem, em definitivo, a Organização Mundial da Saúde, a União Europeia e a meca dos consumidores de cigarro do planeta, os Estados Unidos. Se os três penderem para medidas restritivas como as que existem para o tabaco convencional, a moda tende a arrefecer. Caso contrário, o céu é o limite.

Cigarro eletrônico ajuda, mas causa polêmica

Por The New York Times  
• sexta, 11 de novembro de 2011
Nova York- No setor de saúde pública, existe uma tarefa bastante frustrante: tentar de fazer com que as pessoas parem de fumar. Mesmo que os pesquisadores combinem aconselhamento e incentivo com adesivos e gomas de mascar de nicotina, poucos fumantes deixam o vício.
Recentemente, porém, experimentadores italianos obtiveram mais sucesso com menos esforço. A equipe, liderada por Riccardo Polosa da Universidade de Catania, recrutou 40 fumantes inveterados _ alguns haviam recusado uma vaga no programa de tratamento contra o vício _ e ofereceram a eles apenas um dispositivo já disponível nas lojas por US$ 50. O cigarro eletrônico, ou e-cigarro, contém um pequeno reservatório com uma solução de nicotina líquida que é vaporizada para formar um aerossol.
O usuário inala e expele o vapor para obter um pouco da nicotina (e da sensação familiar de trazer o cigarro até a boca) sem as substâncias nocivas presentes no cigarro. No Brasil, o cigarro eletrônico foi proibido pela Anvisa desde 2009.
Após seis meses, mais da metade das pessoas que realizaram o experimento haviam reduzido o consumo habitual de cigarros em pelo menos 50 por cento. Aproximadamente um quarto havia parado de fumar. Embora esse tenha sido apenas um estudo piloto de pequenas proporções, os resultados coincidem com outras evidências animadoras, reforçando a esperança de que os e-cigarros possam se tornar a ferramenta mais eficaz já utilizada para reduzir o número de mortes devido ao tabagismo.
Contudo, há um grupo forte trabalhando contra essa inovação _ e não são os produtores de cigarros. Trata-se de uma coalizão entre autoridades governamentais e grupos anti-tabaco que vêm alertando sobre os perigos dos cigarros eletrônicos e tentando proibir as vendas.
A controvérsia faz parte do longo debate filosófico sobre políticas de saúde pública, com uma estranha inversão de papeis. Nos Estados Unidos, no passado, os políticos conservadores tendiam a apoiar políticas de abstinência ao lidar com problemas como gravidez na adolescência e dependência de heroína, enquanto que os liberais apoiavam estratégias de redução de danos como o incentivo ao controle de natalidade e a distribuição de metadona.

Porém, quando o assunto é nicotina, os apoiadores da abstinência tendem a ser mais liberais, incluindo políticos do partido Democrático nos níveis estadual e federal, que vêm tentando pôr fim às vendas e proibir o uso de cigarros eletrônicos em locais onde o fumo é proibido. No seu entender, os fumantes que desejam fazer uso de fontes alternativas de nicotina devem usar apenas produtos totalmente testados, como a goma de mascar Nicorette e os adesivos prescritos, usando-os apenas por um período breve, a fim de abandonar por completo a nicotina.
O FDA (órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) tentou pôr fim às vendas de e-cigarros, considerando-os como "dispositivos para administração de medicamentos" que não poderiam ser comercializados até que sua segurança e eficácia fossem demonstradas em testes clínicos. A agência teve o apoio da Sociedade Americana de Câncer, Associação Americana de Cardiologia, e das organizações Campanha para Crianças Livres de Cigarro e Ações Sobre Tabagismo e Saúde.
No ano passado, os apoiadores da proibição perderam a batalha com a rejeição no tribunal, mas continuam na briga por meio de propagandas dos supostos perigos do e-cigarro. Eles afirmam que o dispositivo, assim como o tabaco sem fumaça, reduz o estímulo para que as pessoas abandonem a nicotina e também pode ser a porta de entrada no vício para jovens e não fumantes. Além disso, citam os alertas do FDA de que diversas substâncias químicas presentes no vapor podem ser "nocivas" e "tóxicas". Contudo, a agência nunca apresentou provas de que os vestígios dessas substâncias façam mal à saúde, e desprezou a menção de que vestígios similares das mesmas substâncias podem ser encontrados em produtos aprovados pelo FDA, incluindo os adesivos e as gomas de mascar com nicotina. A metodologia da agência e os alertas emitidos foram duramente criticados em revistas científicas por Polosa e outros pesquisadores, inclusive Brad Rodu, professor de medicina da Universidade de Louisville, no Kentucky.
Rodu escreveu este ano na revista Harm Reduction sobre sua conclusão de que os resultados do FDA "muito provavelmente não têm qualquer significado para os usuários", pois a agência detectou as substâncias químicas "em concentrações um milhão de vezes inferiores às que poderiam, concebivelmente, afetar a saúde humana". Michael Siegel, professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, compartilha dessa conclusão.
"Fico perplexo quando penso na razão do preconceito de grupos antitabagistas em relação ao e-cigarro", afirmou Siegel. Segundo Siegel, a preocupação com o risco hipotético representado por níveis ínfimos de várias substâncias químicas presentes nos e-cigarros não faz sentido, uma vez que se sabe que a alternativa é fatal. Os cigarros contêm centenas de substâncias químicas, incluindo dezenas de cancerígenos e centenas de toxinas.
Os dois lados do debate concordam que o cigarro eletrônico deve ser estudado mais a fundo e sujeito a uma regulamentação mais rigorosa, incluindo padrões de controle de qualidade e proibição de venda a menores. Porém, os apoiadores da redução de danos, entre eles a Associação dos Médicos de Saúde Pública e o Conselho Americano de Ciência e Saúde, não veem motivos para impedir o uso dos e-cigarros por pessoas adultas. O Colégio Real de Medicina, na Inglaterra, declarou que as regulamentações impedindo a adoção dos dispositivos seguros de administração de nicotina são "irracionais e imorais".
"A nicotina em si não é perigosa", concluiu em 2007 essa associação de médicos britânicos. "Se for possível oferecer a nicotina em uma forma aceitável e eficiente enquanto substituta do cigarro, milhões de vida podem ser salvas", afirma.
O número de americanos que experimentaram o e-cigarro quadruplicou entre 2009 e 2010, de acordo com os Centros de Controle de Doenças. A pesquisa dessa agência, realizada no ano passado, descobriu que 1,2 por cento dos adultos americanos, ou aproximadamente 3 milhões de pessoas, relataram ter usado o e-cigarro no mês anterior.
"Os cigarros eletrônicos podem substituir uma grande quantidade _ ou a maior parte _ do consumo de cigarros nos Estados Unidos na próxima década", afirmou William T. Godshall, diretor executivo da Smokefree Pennsylvania. Seu grupo realizou campanhas pelo aumento dos impostos sobre os cigarros, pela proibição do fumo em locais públicos, e por advertências com imagens fortes nos maços. Contudo, em relação ao e-cigarro, ele diverge de muitos de seus antigos aliados.
"Não há evidências de que os e-cigarros já tenham causado danos a alguém", afirmou Godshall , "ou de que jovens ou não fumantes tenham começado a usá-los".
Em uma escala de nocividade de 1 a 100, em que as gomas de mascar e os tabletes de nicotina têm nocividade 1 e os cigarros, 100, ele estima que a nocividade dos e-cigarros não ultrapasse 2.
Caso milhões de pessoas trocassem o hábito de fumar pela inalação do vapor, isso representaria um desafio para a opinião comum em relação ao movimento anti-tabagismo. A redução do tabagismo é normalmente atribuída a políticas sociais paternalistas e proibicionistas. Além disso, a redução é geralmente usada como justificativa para a sanção a outros produtos, como gorduras trans, sal, refrigerantes e hambúrgueres.
Contudo, as reduções mais significativas nos índices de tabagismo nos Estados Unidos ocorreram em décadas anteriores à de 1990, quando os peritos em saúde pública se concentravam apenas em informar a população sobre os riscos. O declínio foi mais lento nas duas últimas décadas, apesar da crescente elaboração de programas de prevenção do fumo e de táticas cada vez mais coercitivas: impostos punitivos, limites ao marketing e à publicidade, proibição do fumo em escritórios, restaurantes e quase todos os outros espaços públicos.
Cerca de 50 milhões de americanos continuam fumando, e isso não significa que sejam tolos demais para perceber o perigo. Eles continuam fumando em parte devido a uma realidade que as leis proibicionistas resistem em reconhecer: a nicotina é um droga que traz benefícios. Pesquisadores (e fumantes) associam-na à redução da ansiedade, do estresse e do peso, à diminuição do tempo de reação e ao aumento da concentração.
"Chegou o momento de sermos honestos com os 50 milhões de americanos e as centenas de milhões de pessoas em todo o mundo que usam o tabaco", escreveu Rodu. "Os benefícios que essas pessoas obtém a partir do tabaco são bastante reais, e não ilusórios ou apenas resultante da eliminação periódica da abstinência.
"Chegou o momento de abandonarmos o mito de que o tabaco é destituído de benefícios e nos concentrarmos em como é possível ajudar os fumantes a continuarem a obtê-los com um método seguro de fornecimento", afirma.