Sacolão de Eletrônicos | dicas e notícias e atualidades | Ego ce4, ego ce5, eliquidos, atomizadores

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Cigarro eletrônico será a salvação dos fumantes?

Menos nocivo que o cigarro convencional, mas também polêmico, o cigarro eletrônico se dissemina nos Estados Unidos e na Europa. Os fabricantes já oferecem milhares de sabores

Julia Boyle, da loja Vapor Shark, em Miami, Flórida, fuma um cigarro eletrônico
São Paulo -- A compra da Lorillard pela Reynolds, anunciada nesta semana, une duas das maiores fabricantes de cigarros dos Estados Unidos. A aquisição chamou atenção para o produto que alguns veem como a salvação da decadente indústria do fumo, o cigarro eletrônico.

Menos nocivo que o cigarro convencional, esse substitutotecnológico do cigarro vem se disseminando com rapidez nos Estados Unidos. Lojas especializadas já oferecem centenas de sabores diferentes.
Fabricantes como Lorillard e Reynolds, que vêm investindo massivamente nesse tipo de produto, lançam 250 novos sabores todos os meses, como aponta o New York Times. Há sabores como banana, chocolate, gengibre e até melancia. 
O cigarro eletrônico começou a ser produzido na China uma década atrás e apareceu no mercado americano e europeu em 2007. Desde então, a disseminação desses  vaporizadores pessoais (como também são chamados) foi rápida.
Só na Grã-Bretanha, o número de usuários triplicou nos últimos dois anos, de 700 mil para 2,1 milhões de pessoas, calcula a organização britânica Action on Smoking and Health. Uma estimativa divulgada pela CNBC indica que, nos Estados Unidos, esse mercado movimentou 1,7 bilhão de dólares em 2013. 
No Brasil, é proibido
No Brasil, a venda de cigarros eletrônicos foi proibida pela Anvisa em 2009. A agência alega que, além da nicotina, esses artefatos emitem substâncias que também poderiam ser nocivas à saúde (nitrosamina e dietilenoglicol). 
Mesmo assim, podem-se encontrar alguns modelos à venda em sites como o Mercado Livre e em algumas lojas online. Um kit com carregador, cigarro eletrônico e cartuchos de líquido vaporizável custa de 70 a 300 reais. 
Como funciona
A primeira geração de cigarros eletrônicos procurava imitar um cigarro convencional ou, em alguns raros casos, um cachimbo. Alguns ainda são assim e têm até um LED na ponta que simula a chama. Há também carregadores de bateria em forma de maço de cigarro.
Mas modelos mais recentes têm forma de tubo metálico, sem tanta semelhança visual com um cigarro. 
O componente central desse artefato é o vaporizador. Nele, há uma resistência elétrica alimentada a bateria. Ela se aquece e transforma em vapor um líquido armazenado num cartucho substituível. É esse vapor que é aspirado pelo fumante.
O líquido contém nicotina, aromatizantes e propilenoglicol, um composto orgânico que funciona como solvente. Mas não contém as milhares de substâncias tóxicas presentes na fumaça do tabaco.
Por isso, embora não haja estudos extensos sobre isso, os cigarros eletrônicos são considerados menos nocivos à saúde que os convencionais. 
Deixar de fumar
Como a nicotina presente no vapor satisfaz o desejo de fumar, esse artefato pode ser um caminho para quem quer abandonar o vício. Um estudo feito pela Universidade de Londres mostrou que ele é mais eficaz, para isso, do que os adesivos e chicletes de nicotina, como noticiou a BBC.
A pesquisa analisou dados de 6 mil fumantes no Reino Unido. Metade deles haviam experimentado o cigarro eletrônico, o que comprova a popularidade desse artefato. 
Entre os que experimentaram, um quinto conseguiu parar de fumar graças à engenhoca. O índice de sucesso é 60% maior que o de outros métodos para parar de fumar.
Líquido vaporizável para cigarro eletrônico à venda na loja Vapor Shark, em Miami
Riscos à saúde
A Food and Drug Administration (FDA), órgão americano equivalente à Anvisa, não proíbe e nem fiscaliza a venda de cigarros eletrônicos. Mas a agência observa que há problemas de qualidade nesses produtos que podem acarretar danos à saúde dos consumidores.
Num teste feito com uma amostra limitada de cigarros eletrônicos, a FDA encontrou cartuchos com nível de nicotina diferente do anunciado. Alguns, descritos como sem nicotina, na verdade continham essa substância.
Isso é preocupante porque uma dose muito elevada de nicotina pode ser mortal. Além disso, a FDA encontrou substâncias cancerígenas em amostras analisadas, ainda que em quantidade muito menor que a observada em cigarros convencionais.
Em abril, a FDA publicou uma proposta de nova regulamentação dos cigarros eletrônicos, com controle da qualidade pela agência.

Fonte: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/cigarro-eletronico-vira-mania-nos-eua-e-na-europa

domingo, 6 de julho de 2014

Estudo dá a cigarros eletrônicos vantagem como método para parar de fumar

fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/the-new-york-times/2014/05/21/estudo-da-aos-cigarros-eletronicos-vantagem-na-ajuda-a-parar-de-fumar.htm

Sabrina Tavernise

Um grande estudo na Inglaterra apontou que os fumantes que tentam abandonar o vício têm maiores chances de sucesso se usarem cigarros eletrônicos em vez de outras terapias disponíveis no mercado, como adesivos ou gomas de mascar de nicotina. Esses resultados são encorajadores, mas não uma evidência definitiva no debate contencioso sobre os riscos e benefícios desses aparelhos de fumo cada vez mais populares.
26.ago.2013 - Homem fuma um cigarro eletrônico em Paris. A organização de direitos do consumidor francesa '60 milhões de Consumidores' (60 millions de consommateurs) declarou na época que os cigarros eletrônicos 'não eram tão inofensivos'
26.ago.2013 - Homem fuma um cigarro eletrônico em Paris. A organização de direitos do consumidor francesa '60 milhões de Consumidores' (60 millions de consommateurs) declarou na época que os cigarros eletrônicos 'não eram tão inofensivos'
Os pesquisadores entrevistaram quase 6.000 fumantes que tentaram parar de fumar por conta própria, sem orientação de um profissional de saúde. Cerca de um quinto dos que disseram usar cigarros eletrônicos tinham parado de fumar durante a pesquisa, em comparação a cerca de um décimo dos que usavam adesivos e gomas de mascar.
"Isso não resolve a questão do cigarro eletrônico", disse Thomas J. Glynn, um pesquisador da Sociedade Americana do Câncer, que não fez parte do estudo, "mas é uma evidência adicional de que, em um contexto de mundo real, os cigarros eletrônicos podem ser uma ferramenta útil, apesar de não revolucionária, para ajudar fumantes a parar".
O uso de cigarros eletrônicos cresceu rapidamente por toda a Europa e Estados Unidos, e os reguladores estão tentando imaginar como responder na ausência de evidências concretas sobre seus efeitos. O debate é particularmente feroz nos Estados Unidos, onde alguns especialistas dizem que os aparelhos podem atrair crianças a começarem a fumar, enquanto outros argumentam que eles são a melhor esperança em gerações de fazer os fumantes adotarem algo menos perigoso do que os cigarros tradicionais.
Cerca de 42 milhões de americanos fumam -- e cerca de 480 mil pessoas morrem a cada ano de doenças ligadas ao fumo, a principal causa de morte evitável nos Estados Unidos. A questão central é se os cigarros eletrônicos farão as fileiras de fumantes encolherem ou incharem.
Até o momento, há pouca evidência para fornecer uma resposta convincente.
A FDA, a agência federal americana que regula e fiscaliza alimentos e medicamentos, encomendou um amplo estudo, mas seus resultados ainda levarão anos para serem conhecidos. Um teste clínico na Nova Zelândia, que muitos pesquisadores consideram como o estudo mais confiável até o momento, apontou que as pessoas que receberam cigarros eletrônicos apresentaram uma taxa apenas ligeiramente melhor de largarem o fumo do que aquelas com adesivos. Apesar dos efeitos a longo prazo dos cigarros eletrônicos serem desconhecidos, muitos especialistas em saúde acreditam que as concentrações de toxinas no vapor são muito menores que as presentes na fumaça do cigarro.
Falta teste clínico
O estudo inglês não foi um teste clínico, o padrão ouro da pesquisa científica, no qual os participantes são distribuídos aleatoriamente em grupos diferentes; por exemplo, um que usou os cigarros eletrônicos para parar e outro que usou terapias de reposição de nicotina. Mas os autores do estudo disseram que controlaram muitos fatores – incluindo classe social, idade, nível de dependência de nicotina e o tempo desde que a tentativa de largar começou. Eles também disseram que o estudo, um dos maiores até o momento, oferece entendimentos valiosos da experiência dos fumantes no mundo real.
Robert West, diretor de estudos de tabaco da University College London e autor sênior do estudo, que será publicado na quarta-feira (21) na revista "Addiction", disse que testes clínicos não podem responder a dúvida que a maioria das pessoas tem sobre se os cigarros eletrônicos ajudam as pessoas a largar o fumo, porque os aparelhos mudam tão rapidamente que se tornam obsoletos antes do término do experimento. Além disso, ele afirmou que as pessoas que queriam cigarros eletrônicos (e se viram colocadas em um grupo que usava só o adesivo) simplesmente o abandonavam.
"O modelo médico é ótimo para medicamentos para câncer, mas não funciona nesta situação, porque não há nada que impeça os participantes no grupo dos adesivos de simplesmente saírem e comprar um cigarro eletrônico", disse West.
Ele disse que o banco de dados usado no estudo foi financiado pela Cancer Research UK, um grupo sem fins lucrativos; pelo Ministério de Saúde da Inglaterra; e várias grandes empresas farmacêuticas que produzem terapias de reposição de nicotina, incluindo a Pfizer, GlaxoSmithKline e Johnson & Johnson.
West, um otimista em relação ao cigarro eletrônico, disse que evidência epidemiológica sólida ainda levará várias décadas para estar disponível, enquanto a necessidade de decidir políticas é já.
Ele calculou que mais de 5.000 vidas poderiam ser salvas entre cada milhão de fumantes que passassem a usar cigarros eletrônicos, mesmo que os dispositivos apresentem riscos à saúde significativos e as pessoas os usassem indefinidamente após abandonarem os cigarros reais.
"Potencialmente, milhões de vidas estão em risco e nosso trabalho é ajudar os autores de políticas a proteger essas vidas", disse em um editorial que acompanhou o estudo.
A prática padrão recomendada para ajudar pessoas a deixarem de fumar é um medicamento prescrito como o Chantix ou uma combinação de adesivos e goma de mascar de nicotina com orientação de um profissional treinado. Mas, mesmo na Inglaterra, onde essas opções são amplamente anunciadas e quase gratuitas, a maioria dos fumantes recorre à força de vontade ou produtos de nicotina comprados livremente no comércio, e os índices de sucesso são baixos. O estudo apontou que a taxa com que os fumantes abandonaram o hábito usando cigarros eletrônicos foi semelhante ao de pessoas que usaram terapia de reposição de nicotina mais uma breve orientação.Stanton A. Glantz, um professor de medicina da Universidade da Califórnia, em San Francisco, disse que a limitação do estudo foi por ter tentado medir o efeito do uso do cigarro eletrônico apenas entre fumantes que estavam tentando deixar de fumar, não entre todos fumantes.West respondeu que a meta do estudo era descobrir se os cigarros eletrônicos ajudavam as pessoas que estavam querendo deixar de fumar. Mas ele disse que os dados que ainda estão sendo analisados podem fornecer pistas de efeitos mais amplos sobre os fumantes em geral.

Tradutor: George El Khouri Andolfato